Não fui ao TIM, enviei um dos nossos correspondentes ,mas não fui. Não estava no clima antes para comprar ingresso , nem para batalhar um em cima da hora. Claro que gostaria de ter ido (em tese), mas temos que aprender a respeitar as nossas próprias indiosincrasias sentimentais.
Vi ontem o Elvis Costello ao vivo na MTV, ( que bom negócio fez a TIM trocando a cobertura totalmente inepta da Globo do ano passado pela cobertura da MTV desse ano) e o encantamento da platéia era óbvio até pela TV.
E.C. nunca fez sucesso no Brasil. Suas músicas nunca tocaram no rádio ( a única vez que Elvis passou rápidamente pelos nossos ares foi com sua versão de "She" do Azanavour- que ele desnecessártiamente tocou no show..) mas apesar dessa falta de exposição ele formou um público fanático.
O que me leva a uma observação que eu fiz a algum tempo sobre a natureza do sucesso.
O sucesso tem extensão e profundidade. Há sucessos como o dos Beatles ou de Roberto Carlos que tem ambas as coisas , como é profundo resiste ao tempo e deixa marcas ( no inconsciente do público) , como é extenso é uma referência universal , algo que todo mundo conhece.
O sucesso das Spice Girls, por exemplo é extenso e raso ... todo mundo ouviu falar , mas sua música desapareceu do mapa.. e em breve só vai ser lembrado como um peça de "kitch" dos anos 90.
O sucesso de Elvis Costello é um sucesso profundo e pouco extenso, ou seja, no mediano público que ele atingiu , ele deixou profundas marcas.
O meu exemplo favorito de sucesso restrito e profundo é o filme Solaris do russo Andrei Tarkovsky. O filme foi pouquíssimamente exibido e uma parte substancial do público que o assitia o achava insuportávelmente lento e arrastado ( como eu) ,mas os que realmente apreciaram o filme foram tão profundamente atingidos pela experiência, que o filme se tornouum clássico inquestionável. A ponto de Hollywwod tentar fazer uma versão.
O sucesso é um bicho mais complexo do que as listas de mais vendidos querem nos fazer supor.
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